As nove ilhas dos Açores vão ser percorridas durante um ano e meio por um festival que tem por objectivo de facilitar o acesso da população mais isolada do arquipélago a várias formas de Cultura.
Mostras de arquitectura e design, cinema, dança, escultura, fotografia, literatura, música, pintura e teatro serão apresentadas no âmbito deste festival itinerante, que decorre entre 25 de Outubro de 2007 e Abril de 2009, disse à agência Lusa a programadora cultural do "Festa Redonda", Ana Isabel Pereira. Depois de uma inauguração simultânea em todo o arquipélago, cada expressão artística estará em cada uma das nove ilhas por um período máximo de dois meses, explicou, assegurando que o programa do evento não está ainda fechado, mas conta já com propostas de novos valores nacionais e estrangeiros.
O evento, cujo nome presta homenagem ao escritor açoriano Vitorino Nemésio, que escreveu "Festa Redonda, Décimas e Cantigas de Terreiro Oferecidas ao Povo da Ilha Terceira", pretende "facilitar o acesso de algumas franjas da população açoriana mais votadas ao isolamento a várias formas de cultura", justificou. Segundo Ana Isabel Pereira, pretende-se igualmente contribuir para o desenvolvimento do potencial turístico das ilhas açorianas e divulgar jovens valores em nove áreas de criação artística distintas.
A iniciativa é organizada pelo projecto AIDA, que desenvolve actividades artísticas e culturais em diversas regiões ultraperiféricas de Portugal e da Europa. Ana Isabel Pereira explicou que se trata de uma associação externa aos Açores, mas que conta com várias instituições e empresas, como a Bensaúde Turismo - Hotéis, a Fundação Calouste Gulbenkian e várias juntas de freguesia e câmaras municipais do arquipélago.
A AIDA tem realizado projectos na Madeira, Canárias, Cabo Verde, Baleares, País Basco e Irlanda, acrescentou, assinalando que as acções visam "ajudar a desenvolver regiões e comunidades, através da Arte e da Cultura, levando a locais isolados artistas, programadores, agentes culturais e realizações culturais que, de outra forma, não seriam aí acessíveis". Trata-se de "um evento único", frisou a programadora cultural, revelando que a organização pretende num futuro próximo, de forma jurídica, tornar o festival numa associação, para deste modo permitir uma realização bienal.
(© 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.2007-05-29 12:50:02)
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